Cláudia Valéria Furtado de Oliveira Araújo
Depressão

A depressão é muito comentada pela alta incidência na população do mundo todo e foi considerada pela Organização Mundial de Saúde como “o mal do século XXI”. Mas a grande divulgação não corresponde ao desalento e à incompreensão que a acompanham, tanto por parte da pessoa que adoece, como por aqueles com quem ela convive. A depressão pode ser ou não um problema persistente, mas ele sempre traz sérios danos ao cotidiano porque interfere diretamente nas rotinas, nos estudos, no trabalho e nos relacionamentos, além de provocar mal-estar em relação a autoestima e grande culpabilização pelos sintomas, via de regra incompreendidos ou julgados como “falta de vontade”, “preguiça” ou até “falta de Deus”.
A depressão muitas vezes se caracteriza pelos sentimentos de tristeza, vazio ou irritação, devendo ser levado em conta na avaliação a ausência de situação compatível para tais vivências, como, por exemplo, o luto por um ente querido, as condições adversas do uso de alguma substância ou droga, etc. Na depressão, além da alteração de humor, o pensamento e as vivências corporais são alteradas de forma significativa por determinado período de tempo. Na clínica, a escuta de pacientes deprimidos muitas vezes está relacionada a perdas de vínculos importantes ou de ambientes acolhedores e são percebidas como perdas irreparáveis, porque muito de si foi levado junto com o que se perdeu. Ao terapeuta, cabe acolher e orientar a família para que a mudança ambiental seja parte favorável, que, dependendo da gravidade, pode necessitar do auxílio de antidepressivos, com suporte de um psiquiatra no tratamento.