Cláudia Valéria Furtado de Oliveira Araújo
Sintomas psicossomáticos

Os pacientes com sintomas psicossomáticos têm o desamparo como marca mais relevante. Em função do sofrimento de sua doença, muitas vezes eles chegam já avaliados por um ou muitos médicos e/ou variados exames que demonstram que seu adoecimento não é compatível com uma fisiopatologia médica. Mas também podem chegar à clínica com ou sem laudo médico definido, desorientados em busca de mais e mais especialistas que possam ajudar a minimizar suas preocupações acerca da gravidade do que possuem, na intensa busca em direção à saúde. Queixas comuns referem-se à dores localizadas ou não especificadas, fadiga ou cansaço crônicos, enxaquecas, gastrites persistentes, dermatites atópicas, quedas de cabelo, entre outras.
Há ainda pacientes encaminhados pelos próprios médicos para acompanhar quadros diagnosticados de pacientes com doenças autoimunes, fibromialgia, síndrome do cólon irritável, gastrite, impotência, vaginismo etc., cujos fatores psicológicos são fundamentais para minimizar o agravamento do quadro clínico. Quem somatiza pode ter adoecimentos psíquicos relacionados à ansiedade ou depressão, fator que agrega maior complexidade à condição. Por ter adoecimentos vinculados diretamente ao corpo, esses pacientes podem nunca chegar ao atendimento psicológico ou abandoná-lo procurando refúgio exclusivo na Medicina. Por tantos motivos, necessitam de cuidados particulares para sentirem-se acolhidos em suas comunicações e para aprenderem a significar e regular suas emoções sobre as experiências vividas.